a observação que tem feito os Eruditos da 
nossa Historia, todas foram escritas por Fernão Lopes primeiro 
Chronista mór do Reino, que depois milhorou em estillo o dito Ruy de 
Pina, e publicou em seu nome, com que agora se imprimiram, com a 
licença de V. Eminencia, a que não tenho duvida se lhe conceda. 
Lisboa Occidental na Caza de N. Senhora da Divina Providencia, 8 de 
Março de 1726. 
D. Antonio Caetano de Souza C. R. 
Approvação do Reverendissimo Padre Mestre Fr. Vicente das Chagas, 
Religioso da Provincia de Santo Antonio dos Capuchos, Lente Jubilado 
na Sagrada Theologia, e Qualificador do Santo Officio, &c. 
EMINENTISSIMO SENHOR 
Li por ordem de V. Eminencia esta Chronica del-Rei D. Affonso o II. 
Della consta só a discordia, que houve entre o dito Rei, e suas irmãs, 
mas ainda assim (depois de obrigado) estudou como se havia de 
concordar, como concordou, com ellas, sinal de ser Rei sabio, e
virtuoso; Sabio como diz Santo Ambrosio: «Lib. 2. de Abraham c. 6. 
ante medium col. 1013. B. Sapienti pacis, & concórdiae est studium, 
imprudenti amica jurgia»; e virtuoso como dá a entender S. João 
Chrysostomo «Homil. 45. ante a medi[~u] col. 373, D. Ubi concordia, 
ibi bonorum confluxus, ibi pax, ibi charitas, ibi spiritualis laetitia 
nullum bellum, nulla rixa, nus quam inimicitior, & contentio». Esta 
concordia, paz, caridade, alegria espiritual, &c vemos por experiencia 
neste nosso Reino agora de prezente, mas como não ha de ser assim, se 
temos por Rei o Invitissimo, e Augustissimo Monarcha o Senhor D. 
João o V, que Deos guarde por muitos annos, de quem com muita 
propriedade se póde dizer o que lá disse Cicero (senão em tudo, em 
parte) «Orat. 42. pro Rege Dejotaro in princip. num. I. tom 2. Rex 
concors, pacificus, fortis, justus, severus, gravis, magnanimus largus, 
beneficus, liberalis, &c.» Não tem a Chronica cousa contra a Fé, ou 
bons costumes, e assim julgo que se póde imprimir. Santo Antonio dos 
Capuchos, 21 de Março de 1726. 
Fr. Vicente das Chagas. 
Vistas as informações, pode-se imprimir a Chronica del-Rei D. Affonso 
II e depois de impressa tornará para se conferir, e dar licença que corra, 
sem a qual não correrá. Lisboa Occidental, 22 de Março de 1726. 
Rocha, Fr. Lancastre. Teixeira. Silva. Cabedo. 
 
DO ORDINARIO 
Approvação do Reverendissimo Padre Mestre D. José Barbosa Clerigo 
Regular da Divima Providencia, Examinador das Tres Ordens 
Militares, Chronista da Serenissima Caza de Bragança, e Academico 
do Numero da Academia Real da Historia Portugueza 
ILLUSTRISSIMO E REVERENDISSIMO SENHOR 
Por mandado de V. Illustrissima vi a Chronica del-Rei D. Affonso II 
que escreveo Ruy de Pina, e nella não achei por onde se não lhe deva 
dar a licença para se imprimir. V. Illustrissima ordenará o que for
servido. Nesta Caza de N. Senhora da Divina Providencia, 18 de 
Agosto de 1726. 
D. José Barbosa C. R. 
Vista a informação pode-se imprimir a Chronica de que se trata, e 
depois de impressa tornará para se conferir, e dar licença que corra sem 
a qual não correrá. Lisboa Occidental, 27 de Setembro de 1726. 
D. J. A. L. 
 
DO PAÇO 
Approvação do Reverendo Beneficiado Diogo Barbosa Machado 
Presbytero do Habito de S. Pedro, e Academico do Numero da 
Academia Real da Historia Portugueza 
SENHOR 
Obedecendo ao Real preceito de V. Magestade, li a Chronica do 
Serenissimo Rei D. Affonso II do nome, e terceiro Rei de Portugal, 
composta por Ruy de Pina Chronista mór deste Reino, e Guarda mór da 
Torre do Tombo, um dos mais deligentes Escritores, que venerou a sua 
idade. Nella, como em pequeno mappa recopilou este Author parte das 
heroicas acções, que exercitou aquelle Principe, cujo coração foi 
sempre animado pelos espiritos marciaes, que com a Coroa herdara de 
seus augustissimos Predecessores, illustrando a sua Real purpura não 
com o barbaro sangue Mauritano, derramado na famosa conquista de 
Alcacere, como inferior á sua grandeza, mas com aquelle que 
sagradamente prodigos verteram em obsequio da Religião sobre as aras 
do Martyrio cinco heroicos Soldados nas adustas campanhas de 
Marrocos, que sendo benevolamente hospedados em Coimbra, e 
Alemquer pela generosa piedade da Rainha Dona Urraca, e da Ifanta 
Dona Sancha, uma Esposa, e outra Irmã deste Monarcha, quizeram 
satisfazer aquella piedosa hospitalidade com a posse das suas sagradas 
cinzas conduzidas ao Real Convento de Santa Cruz de Coimbra pelo 
ferveroso zelo do Ifante D. Pedro. Certamente agora recebe nova gloria,
e maior esplendor o nome não só daquelle Principe, mas ainda do seu 
Chronista, pois se faz publica, e patente aos olhos do mundo uma 
Historia, que ha mais de dous Seculos estava occulta nos Archivos, e 
nas Bibliothecas, e ainda que era conhecida por alguns eruditos, não 
tinha a fortuna de lograr o beneficio da luz publica eternizada nos 
caracteres da Impressão mais perduraveis, que aquelles, que a vaidade 
dos    
    
		
	
	
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