Versos em honra do grande poeta 
Manoel
by Elisino Sadão 
 
The Project Gutenberg EBook of Versos em honra do grande poeta 
Manoel 
Maria Barbosa du Bocage, by Elisino Sadão This eBook is for the use 
of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions 
whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms 
of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at 
www.gutenberg.org 
Title: Versos em honra do grande poeta Manoel Maria Barbosa du 
Bocage 
Author: Elisino Sadão 
Release Date: September 16, 2007 [EBook #22634] 
Language: Portuguese 
Character set encoding: ISO-8859-1 
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK VERSOS 
EM HONRA DO GRANDE *** 
 
Produced by Vasco Salgado
+VERSOS+ 
em honra do GRANDE POETA 
+Manoel Maria Barbosa du Bocage+ 
e em homenagem á grande e illustre Commissão e mais festeiros do seu 
estrondoso Centenario 
PELO HUMILDE POETA 
+ELYSINO SADÃO+ 
 
CUSTO 40 RÉIS 
DEZEMBRO DE 1905 
 
+VERSOS+ 
EM HONRA DO GRANDE POETA 
+Manoel Maria Barbosa du Bocage+ 
 
+Imprecação a Bocage+ 
Fostes, Elmano, um lyrico famoso Como poucos por cá têm apparecido, 
Mas quando sois maior, e mais luzido, É quando a satyra soltaes 
fogoso. 
É latego que estala rancoroso, Ou ri e brinca, com valor brandido, E 
vibra e rasga, e que se impõe temido Ao inimigo mais formidoloso. 
Dae-me essa força, Elmano, o estro candente, Dae-me tambem o 
guisalhar da troça Com que soubeste castigar contente!...
Quero coisa feraz que faça móssa, Que ha por hi muita cousa e muita 
gente Que reclamam, ha muito, brava coça! 
 
+A sua desgraça+ 
Não lhe bastava a crúa e acerba sorte Que sempre o grande vate 
perseguiu, Sempre a empurrá-lo a um fatal desvio Da cova ao berço, do 
nascer á morte? 
Esfarrapado rei em sua Côrte, Quasi sem roupa muita vez se viu; 
Depois de morto expõem-no á chuva e ao frio Em estatua tosca e de 
medonho córte! 
Como preito já velho, honroso, e ufano, A um jornal pulha dão seu 
nome (Elmano). Quebram-lhe a penna as pedras dos garotos... 
Lavam-no (agora!) a bombeiral esguicho, E o livro (que não leram!) 
cheio de lixo, E o pedestal mijado por marotos... 
 
+Depois da conferencia do dr. Manuel de Arriaga+ 
Conheciam-no só p'lo vão renome: D'aquella esguia estatua (que é 
grotesca)! Ou d'um antigo galeão de pesca Que se condecorava com 
seu nome. 
Outros d'um theatro que morreu de fome Depois d'uma existencia 
principesca, E muitos da anedocta picaresca... Que ainda ha quem a 
sério não o tome... 
Agora que é sabido o que elle foi... Inda o 18 (esperto e audaz heroe) É 
capaz de o metter no cagarrão. 
O que o livra do estranho desacato É o Teixeira (que apanhou retrato...) 
Sêr o Macaco lá da commissão!
+A consultar os astros+ 
O Presidente que é um homem sério E que é de letras gordas, mas 
facundo, Vae deslumbrar a terra, a patria, o mundo, Com um discurso 
pleno de podério. 
Andam da inspiração no grave imperio O Brandãosinho, lyrico 
profundo, E o Leonardo, de genio furibundo, Que só de ouvir-lhe a voz 
treme o hemispherio. 
O Jorge Gomes e outros luminares, João Pinto, Luciano, andam nos 
ares Como o Padilha interrogando estrellas... 
Sonham foguetes, córos, reinações, Mas tremem de pavor e em orações 
Rogam ao Deus das chuvas e procellas... 
 
+Pede-se um Bocage para a associação dos caixeiros+ 
I 
Zé Paulo, que é rapaz escrupuloso, Diz que não quer apresentar retrato 
Ou seja bom ou mau, caro ou barato, Nas festas que prepara cuidadoso. 
Cousa menos que um busto é desacato!... «Um busto em corpo 
inteiro!» grita ancioso... E vae, falla a um gallego talentoso Para servir 
de Elmano com recato. 
Para fazer de Poeta, outro Poeta! Tem você alli um, no campo, á Lage... 
Mas consta já, por fim, (ou será peta)? 
Já estar o Augusto Mattos contractado Para fazer de busto de Bocage, 
Em REPRISE de entrudo, enfarinhado. 
II 
Pobre Zé Agostinho! Infeliz sorte A que Deus dá sempre aos que são 
maiores! Olha para Bocage e outros cantôres... Ao menos que esta ideia
te conforte! 
Ha destinos mais brutos que Mavorte, Que o Deus Mavorte de crueis 
furores; Nos calculos mais certos, sem favores, O Fado surge e arruma 
cerce córte. 
O Augusto reclamou-o o Tiro-Tauro, E com razão, porque o feroz 
centauro... De paparoca, á festa tambem vem. 
Tens outro, á certa, e bom, (já é quisilia!...) Tens o Bocage Lima: é da 
familia, E, embora gago, representa bem. 
 
+Projecto d'um carro monumental+ 
Na azafama de carros allegoricos É natural que falhe a fantazia, Por 
isso eu vou dizer o que faria, E vejo em meus ideaes fantasmagoricos. 
Da commissão o carro comporia Com elementos proprios, e rhetoricos, 
De effeitos mais que certos e fosforicos! Que o gosto mais audaz 
desbancaria. 
N'uma galera,    
    
		
	
	
	Continue reading on your phone by scaning this QR Code
 
	 	
	
	
	    Tip: The current page has been bookmarked automatically. If you wish to continue reading later, just open the 
Dertz Homepage, and click on the 'continue reading' link at the bottom of the page.
	    
	    
