ràpidas eram dadas por elles a emissarios fiéis, que partiam para povoa??es distantes.
?O que seria de mim no meio dos novos acontecimentos que agitavam o paiz?
Diziam e repetiam, que f?ram os Muzungos que matáram os sicarios de Lobossi, enviados contra Manuanino, e se ali se soubesse que eu era Muzungo, estava irremediavelmente perdido. Estes povos felizmente ignoram isso, e pensam que os Portuguezes de leste sam de outra ra?a differente dos Portuguezes de oeste.
No Lui, os Portuguezes das colonias de oeste sam chamados Chiudéres, nome que lhes dam os Bihenos; os das colonias de leste, Muzungos; e os Inglezes do sul, Macúas. A t?do e qualquér prêto que vem das colonias Portuguezas chamam Mambares, de certo corrup??o da palavra Quimbares, com que sam designados os prêtos semi-civilizados de Benguella. D'ahi proveio o erro do Doutor Livingstone, arranjando a oeste das serras de Tala Mugongo uma ra?a de Mambares.
Os Quimbares sam prêtos de qualquér procedencia, geralmente escravos ou libertos, que ja sam meio-civilizados. Sam, finalmente, a gente das senzalas de Benguella e as escravaturas dos brancos da costa.
Em Benguella chamam Quimbundos ao gentio selvagem do interior, designando com esse nome mais particularmente os Bihenos.
No dia 30, logo de manh?, Lobossi mandou dar-me parte de que se ia fazer a guerra, e dos motivos que a isso o obrigavam.
O emissario foi o proprio Gambela, que me disse logo, que, sendo o Chuculumbe o theatro da guerra, era impossivel a minha viagem por ali; e por isso, que tudo o que havìamos combinado estava prejudicado.
Aquelles acontecimentos tornavam muito crìtica a minha posi??o.
N'essa tarde, estando eu com um n?vo e violento accesso de febre, viéram prevenir-me, de que os pombeiros Bihenos me queriam falar.
Levantei-me a custo e fui ouvil-os.
Depois de variados preàmbulos, disséram-me, que me iam deixar, porque viam o mao caminho que as cousas tomavam no Lui, e só desejavam voltar ao Bihé.
Cobardes! Abandonavam-me no momento em que eu mais precisava d'elles!
Miguel, o ca?ador de elephantes, o pombeiro Chaqui?ongo, e dois carregadores, Catiba e um carregador, e o Doutor Chacaiombe, viéram protestar-me a sua amizade, e declarar-me que ficavam comigo. T?dos os Quimbares me viéram fazer igual declara??o.
Aquella resolu??o inesperada dos Bihenos fêz-me recobrar o sangue frio que ja n?o tinha ha dias. Augmentavam as difficuldades, era preciso lutar, e eu sacudi o entorpecimento moral que se ia apossando de mim.
Immediatamente despedi os Bihenos, que puz fora do acampamento, entregando-os ao prêto Antonio, o velho Antonio que eu tinha designado a Lobossi para ser chefe e guia da comitiva que elle ia mandar a Benguella.
Fiz em seguida a conta á minha gente, e achei-me com 58 homens.
No dia immediato, Lobossi veio a minha casa, e fêz-me repetidas exigencias de cousas que eu n?o possuia, e elle queria por f?r?a que eu tivesse e lhe desse. Estava cada vez mais importuno. Era uma crian?a, mas crian?a impertinentissima. Precisava de uma paciencia sem limites para o aturar.
Lobossi mandou-me chamar n'essa noute. Fui la, e elle disse-me, que a minha viagem pêlo Chuculumbe era impossivel, mas que me daria guias e alguma gente para eu tornear pêlo sul e ir ao Zumbo.
Disse-me, que o boato a respeito dos Matebeles n?o tinha fundamento, que d'aquelle lado havia paz e elle terminaria facilmente com Manuanino. Queixou-se muito amargamente de eu lhe dar poucas cousas, dizendo, que se eu nada mais tinha, lhe desse t?das as armas e a pòlvora que possuia, porque, seguindo para o Zumbo com gente d'elle, seria defendido por ella, e n?o precisava levar tanta gente armada.
Offereci-lhe as armas dos Bihenos que me tinham deixado n'esse dia, e que tive o cuidado de lhes tirar, e sete barris de pòlvora, mas neguei-me formalmente a dar-lhe uma só que f?sse das outras, dos homens que me ficáram, ou das minhas particulares.
Retirei-me pouco satisfeito d'aquella entrevista.
No primeiro de Setembro, levantei-me muito doente, e depois de ter feito as observa??es da manh?, tornei a deitar-me; quando o Verissimo entrou espavorido na barraca, e me diz, que Lobossi mandara chamar t?da a minha gente, e lhe exposera, que eu tinha vindo ali de propòsito para me ir juntar aos Muzungos que estavam no Cafuque com o Manuanino, e fazer-lhe guerra a elle. Isso estava demonstrado pêla minha insistencia em querer ir ao Chuculumbe. N'essa noute f?ra elle prevenido dos projectos que eu meditava, e por tanto, me ia obrigar a sahir dos seus estados, e só me deixaria livre o caminho do Bihé.
Encarregara elle o Verissimo de me vir fazer a intima??o; cousa que em nada me desconcertou o espìrito, porque, desde a vèspera á noute, eu esperava novidade grande.
Mandei chamar o Gambela, mas elle têve o cuidado de fazer com que o n?o encontrassem em t?do o dia.
Um recado que fiz chegar a Lobossi, mostrando-lhe a inconveniencia do passo que dava, porque eu lhe podia fazer muito mal

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