As Farpas (Junho 1883)

Eça de Queiroz Ramalho Ortigão

As Farpas (Junho 1883)

The Project Gutenberg EBook of As Farpas (Junho 1883)
by Ramalho Ortig?o and Jos�� Maria E?a de Queiroz This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.net
Title: As Farpas (Junho 1883)
Author: Ramalho Ortig?o and Jos�� Maria E?a de Queiroz
Release Date: June 11, 2004 [EBook #12579]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
*** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK AS FARPAS (JUNHO 1883) ***

Produced by Cl��udia Ribeiro, Larry Bergey and PG Distributed Proofreaders. Produced from page scans provided by Biblioteca Nacional de Lisboa.

[Illustration: E?A DE QUEIROZ RAMALHO ORTIG?O AS FARPAS]
Lisboa--Typ. da Empreza Litteraria Luso-Brazileira--Editora
5--PATEO DO ALJUBE--5
E?A DE QUEIROZ--RAMALHO ORTIG?O
AS FARPAS
Chronica Mensal
DA POL��TICA, DAS LETRAS E DOS COSTUMES
QUARTA SERIE No.3 JUNHO 1883
LISBOA
EMPREZA LITTERARIA LUSO-BRAZILEIRA--EDITORA
Ironia, verdadeira liberdade. ��s tu que me livras da ambi??o do poder, da escravid?o dos partidos da venera??o da rotina, do pedantismo das sciencias, da admira??o das grandes personagens, das mistifica??es da politica, do fanatismo dos reformadores, da supersti??o d'este grande universo, e da adora??o de mim mesmo.
P.J. PROUDHON.

Carta a sua alteza real o serenissimo principe snr D. Carlos regente em nome do rei.
SUMARIO
Ras?o d'esta carta--Projecto de partida de sua alteza--Pessoas que o acompanham e pessoas que deveriam acompanhal-o. Eloquente e notavel parallelo--As institui??es nacionaes e As Farpas--A educa??o do pr��ncipe. Como elles a fizeram. Como n��s a aconselhamos--A instruc??o de sua alteza. Os seus estudos. Os seus livros. Os seus mestres. As suas convivencias. O seu theor de vida--Interven??o de sua magestade a rainha na direc??o intellectual de seu augusto filho--O pr��ncipe, o homem, o cidad?o, o alferes, o marinheiro, o conselheiro d'estado--A viagem--Crise pedagogica--A renova??o mental de sua alteza--De como o pr��ncipe deveria proceder n'este momento supremo para dar o que deve ao throno, �� familia, �� sociedade e �� natureza--Sua alteza por��m far�� o que for servido.

LISBOA, 25 DE MAIO DE 1883
SENHOR!
E' de interesse particular mas importantissimo o assumpto que ora nos traz por meio de carta aos p��s interinamente reaes de vossa alteza.
O �� 28 do artigo 145 do titulo VIII da Carta Constitucional da monarchia garante a todo o cidad?o o direito de communicar por escripto com o Poder Executivo, e �� d'esse direito que hoje tomamos a libertade de usar, ao abrigo da lei, aproveitando para tal fim o momento presente, em que vossa alteza �� o chefe temporareo do sobredito Poder, como regente do reino na ausencia em partes de Castella de seu augusto pae, El-Rey nosso senhor, que Deus guarde por longos e dilatados annos.
Senhor, ha obra de tres para quatro meses que os papeis publicos nos deram a boa nova de que vossa alteza iria em breve completar o tirocinio da sua educa??o como principe, como cidad?o e como ser vertebrado, correndo algumas terras e partidas do mundo, como o finado infante snr. D. Pedro, que Deus em sua santa gloria haja.
Por essa dacta, puzeram as folhas o dedo sobre os nomes de algumas pessoas, que vagamente se suppunha virem a ser chamadas para acompanhar vossa alteza em sua peregrina??o de estudo pratico atravez dos homens e das coisas da civilisa??o entre gentes extranhas.
Seguimos as indigita??es da imprensa acerca do pessoal d'essa embaixada pedagogica, e sorrimo-nos entre desdenhosos e galhofeiros, pois abrigavamos a convic??o indestructivel de que os redactores d'_As Farpas_ eram os cavalheiros naturalmente indicados pela opini?o publica e pelo consenso geral da c?rte para a honrosa e ardua miss?o de que se tratava.
Effectivamente, Senhor, relanceando os olhos ao passado, e investigando, atravez do movimento politico e do movimento intellectual do seculo, quaes as institui??es nacionaes a cuja campainha tenhamos de tanger para encontrar os var?es comprovadamente aptos para se incumbirem no momento presente do honroso encargo de preceptores de vossa alteza, o que �� que vemos?... Ou antes: O que �� que vossa alteza v��? Porque, em nossa acrysolada modestia, n��s preferimos perante essa interroga??o remetter-nos a um silencio discreto, ponere custodiam ori nostro, dar dois passos atraz, curvos e submissos, com os olhos no ch?o e os claques debaixo do bra?o, aguardando tranquillos o real veredictum de vossa alteza.
Vossa alteza, havendo por bem baixar sua serenissima vista sobre as institui??es patrias, v�� para um lado as duas camaras, a Sociedade Geographica, a Universidade de Coimbra e o sal?o da senhora D. Maria Kruz; e para o lado opposto, �� outra banda, v�� vossa alteza As Farpas, quarenta a cincoenta volumes de uma prosa divina, a 200 r��is o volume, que ser�� a mais bella, a mais pura e a mais duradoura gloria litteraria do seculo do felicissimo principe, augusto pae de vossa alteza.
Os litteratos vindouros, chamados a illustrar pelo lavor de suas pennas o reinado de vossa alteza, procurar?o �� porfia imitar esta
Continue reading on your phone by scaning this QR Code

 / 23
Tip: The current page has been bookmarked automatically. If you wish to continue reading later, just open the Dertz Homepage, and click on the 'continue reading' link at the bottom of the page.