A fundação da monarchia portugueza

Antonio Vasconcellos
A fundação da monarchia
portugueza, by

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Title: A fundação da monarchia portugueza narração anti-iberica
Author: A. A. Teixeira de Vasconcellos
Release Date: April 6, 2007 [EBook #20998]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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FUNDAÇÃO DA MONARCHIA PORTUGUEZA ***

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LIVROS PARA O POVO
II

A FUNDAÇÃO DA MONARCHIA PORTUGUEZA
NARRAÇÃO ANTI-IBERICA
POR
*A. A. TEIXEIRA DE VASCONCELLOS*
NATURAL DO PORTO
* * * * *
LISBOA
IMPRENSA NACIONAL
1860

AOS DIGNOS PROPRIETARIOS DO COMMERCIO DO PORTO
Meus caros senhores:
A bondade com que v. s.^as me offereceram no seu periodico uma
tarefa effectiva, e bem remunerada, deu-me o descanso necessario para
continuar os trabalhos litterarios, que eu começara mais rico de
intenções patrioticas que de cabedaes para os levar a cabo.
Á imprensa de toda a Europa e de uma parte da America devo as
maiores finezas, e quanta protecção e auxilio ella póde dar. Á imprensa
portugueza tambem estou em grandes obrigações, mas entre os que
militam n'ella são v. s.^as dos que mais efficazmente se esmeraram em
me ajudar e favorecer.
Ao amor de mãe, com que toda a imprensa me tratou, correspondo eu
com o affecto filial, que sempre lhe tive; e a v. s.^as offereço o
primeiro livro que publico n'este anno.
Aceitem-o como testemunho da minha estima e agradecimento. É a

primeira dedicatoria que faço.
Sou com a maior consideração
De v. s.^as
Amigo e venerador obrigado
A. A. Teixeira de Vasconcellos.
Lisboa, rua du Santo Antonio, á Estrella, n.^o 66,
21 de julho de 1860.

*PALAVRAS NECESSARIAS*
O livrinho que hoje sáe á luz, devia ter sido escripto e publicado ha um
anno, e após elle muitos outros do mesmo genero. Não aconteceu
porém assim, porque não era negocio dependente só da minha vontade.
Desde que o foi, peguei na penna e não a tornei a pôr no tinteiro sem ter
acabado o livro. Tenho para mim que as classes populares carecem de
uma bibliotheca composta de livros uteis, de doutrina sã, de lição
curiosa, e baratos, e ando a ver se cabe nas minhas forças ír-lh'a
preparando com estes volumes.
A tal empenho, assim como ao de revelar á Europa na lingua franceza o
que ainda valemos como nação independente, espero poder consagrar o
resto dos meus dias, apesar dos obstaculos que já me têem apparecido,
e ás vezes da parte d'aquelles a quem incumbia afasta-los; sem embargo
das difficuldades inseparaveis d'estas duas emprezas, e sem me affligir
com as miserias--muito miseraveis--que tenho encontrado no meu
caminho. Tudo isso vou arredando e vencendo alegremente.
Alegremente digo eu, e digo bem. Quem combate pela verdade contra o
erro, pela energia contra a preguiça, pelo bom senso contra a toleima, e
pela patria contra os que a calumniam, tem occasiões de grande

contentamento. Com isso me animo e conforto para continuar.
Este é pois o segundo volume dos Livros para o povo. Trata da
fundação da monarchia portugueza, como estava indicado no
programma d'esta publicação, e é pelo que pertence aos factos um
resumo do que a tal respeito escreveu o nosso illustre historiador o sr.
Alexandre Herculano no tom. I da sua Historia geral de Portugal.
Parece-nos que sáe á luz em occasião opportuna. Agora que nos andam
a dizer que a nossa nacionalidade e independencia não podem durar
muito, é justo que o povo saiba ou se recorde como ambas principiaram
e nasceram de elementos, de certo, bem inferiores aos que temos hoje
para as defender e sustentar.
Não é uma questão de dynastias. Os portuguezes já eram livres antes de
fabricarem a corôa que puzeram na cabeça de D. Affonso Henriques. É
uma questão de liberdade e de brio nacional.
Para que o povo a resolva com conhecimento de causa, é conveniente
que saiba o que faz, e quanto vale o que falsos amigos lhe aconselham
que destrua. Se ainda depois tiver em pouco a sua nacionalidade, é que
já não merece conserva-la.
A minha voz não é suspeita. Acato muito os reis porque são os
representantes do principio monarchico o qual me parece garantir a
liberdade mais duravelmente do que qualquer outro, mas tratar a
questão da independencia nacional em relação a uma familia,
diminuiria a grandeza do assumpto, por elevada e nobre que essa
familia seja.
Tambem não sou cortezão do povo. É peior que ser
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