Nova Castro: tragedia

João Baptista Gomes Junior

Castro: tragedia, by Jo?o Baptista Gomes Junior

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Title: Nova Castro: tragedia quinta edi??o, correcta de muitos erros, e augmentada com a brilhante scena da coroa??o
Author: Jo?o Baptista Gomes Junior
Release Date: September 4, 2007 [EBook #22508]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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[Gravura representando In��s de Castro, acompanhada pelos filhos, prostrada aos p��s de D. Afonso V.]
Eis, �� Senhor, os filhos de teu filho. Que vem com tristes lagrimas rogar-te Que d'esta triste M?i te compade?as. Act. IV. Scen. III

NOVA CASTRO,
TRAGEDIA
DE
JO?O BAPTISTA GOMES JUNIOR.
QUINTA EDI??O
CORRECTA DE MUITOS ERROS, E AUGMENTADA COM A BRILHANTE SCENA
DA
COROA??O.
LISBOA,
Na Impress?o Regia. 1830.
Com Licen?a da Mesa do Desembargo do Pa?o.
* * * * *
Vende-se na Loja de Livros de Jo?o Henriques,
Rua Augusta N.o 1.
ACTORES.
D. AFFONSO IV Rei de Portugal.
D. PEDRO Principe.
D. IGNEZ DE CASTRO.
D. SANCHO Mestre do Principe.
COELHO Conselheiro.
PACHECO Conselheiro.
D. NUNO Camarista do Rei.
O EMBAIXADOR DE CASTELLA.
ELVIRA Aia de D. Ignez.
DOIS MENINOS Filhos de D. Pedro, e D. Ignez.
A Scena he em Coimbra, n'huma Sala do Palacio, em que reside D. Ignez.
A Ac??o come?a ao romper do dia.

ACTO I.
SCENA I.
Ignez, e Elvira.
Ign.(1) Sombra implacavel! Pavoroso Espectro! N?o me persigas mais... Constan?a! Eu morro.(2)
(1) Ignez entra na Scena delirante, e horrorisada.
(2) Assenta-se desfallecida.
Elv. Que affli??o!.. Que delirio!.. Oh Deos! Senhora...
Ign.(3) Onde est��... onde est�� o meu Esposo?...
(3) Ainda fora de si, e atemorisada.
Elv. O Principe, Senhora, inda repousa, Tudo jaz em silencio: tu s��mente, Negando-te ao socego, atribulada, Neste Pa?o, ululando, errante vagas? Que dor acerba o cora??o te rasga? Que sonhadas vis?es assim te anc��?o?
Ign. Contra Ignez se conspira o Ceo, e a Terra.(4) T�� das campas os mortos se levant?o Para me flagellar: continuamente Negros fantasmas ante mim volt��?o... Que horror!.. Oh Ceos!.. Agora mesmo, Elvira, Debuxados na mente inda diviso Os medonhos espectros, que, girando Em torno de mim, me assombr��r?o... Surgir vejo Constan?a do sepulchro, Que em furias abrazada a mim caminha... Relampagos fuzil?o, treme a terra... Eis-que l�� dos abysmos arrojados Impios Ministros da feroz vingan?a No peito agudos ferros vem cravar-me: Debalde agonisante o Esposo invoco... Proferido por mim seu doce nome Exacerba os furores de Constan?a, Que �� morada dos mortos me arremessa. Oh do crime funestas consequencias!... Desgra?ados mortaes!
(4) Levantando-se.
Elv. ............ E p��de hum sonho...
Ign. N?o he hum sonho, Elvira, s?o remorsos.
Elv. Devem elles acaso inda ralar-te? N?o bastou Hymen��o a suffoca-los? Ah! Se antes que os seus la?os te cingissem, Succumbiste do amor �� paix?o c��ga, Assaz tens expiado este delicto, Delicto mais que todos desculpavel.
Ign. Huma alma como a minha j��mais julga Ter assaz expiado seus delictos: Embora de Hymen��o os sacros la?os Agora o meu amor licito fa??o, Este amor foi no crime come?ado. Mirrada de pezares, sim, foi elle, Quem despenhou Constan?a no sepulchro, Constan?a, essa Princeza desgra?ada, Que, a n?o ser eu, talvez fosse ditosa, Talvez, do Esposo amada, inda vivesse; Eu fui a origem dos seus males todos; Trahi sua amizade, fui-lhe ingrata, Sua rival, oh Ceos! assassinei-a. Oh crime involuntario! Horrendo crime! Tuas iras s?o justas, sim, Constan?a; Arrasta-me comtigo �� sepultura, Acaba de punir-me, e de vingar-te... Mas ah! Que digo!.. N?o... poupa-me a vida, Nella a vida do Principe se int'ressa: Tu n?o has de querer envenenar-lha: A morte n?o, n?o p��de certamente A paix?o extinguir de que morreste; Mesmo l�� do sepulchro inda o adoras... E talvez compassiva me desculpes. Quem melhor do que tu conhecer deve, Que aos affectos de Pedro, aos seus extremos Humanas for?as resistir n?o podem? Se tu, sem ser amada, tanto o amaste, Deixaria eu de ama-lo sendo amada? Sabe o Ceo quanto tempo em viva guerra, Contra o meu cora??o lutei debalde: Quantas vezes chamando em meu soccorro A virtude, e a raz?o... auxilio inutil! Immudece a raz?o quando amor falla. Triunfar de paix?es iguaes �� minha... Os miseros mortaes n?o podem tanto... Que profiro infeliz? At�� blasfemo!... Perdoa, Summo Deos, ao meu delirio: A meu pezar, Senhor, fui criminosa; Por��m tua Justi?a adoro, e temo.
Elv. O Ceo he justo, Ignez, o Ceo te absolve: Tua alma, onde morou sempre a virtude, Tem por graves delictos leves faltas; Tranquilliza, Senhora, os teus sentidos, Modera as afflic??es.
Ign. ............. Em breve a morte ��s minhas afflic??es vir�� p?r termo.
Elv. Oh Ceos! Na primavera de teus annos, Engolfada em fataes, loucos pezares, Tu propria buscas terminar teus dias, Sem que ao menos te lembres que depende Da tua vida a vida do Consorte;
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