A José Estevão

Raymundo Antonio de Bulhão Pato
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Project Gutenberg's A José Estev?o, by Raymundo Antonio de Bulh?o Pato
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Title: A José Estev?o
Author: Raymundo Antonio de Bulh?o Pato
Release Date: January 29, 2007 [EBook #20482]
Language: Portuguese
Character set encoding: ISO-8859-1
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A JOSé ESTEV?O
Versos de Bulh?o Pato
Lisboa?Typographia Universal?Rua dos Calafates, 110
1866
VERSOS DE BULH?O PATO
A JOSé ESTEV?O
Versos de Bulh?o Pato
Lisboa?Typographia Universal?Rua dos Calafates, 110
1866
*ADVERTENCIA*
Escrevi estes versos para serem recitados em Aveiro, onde o grande orador abriu os olhos, e onde hoje repousa no mesmo ch?o em que descan?a o pae, aquelle honrado var?o de Plutharco, que se chamava Luis Cypriano.
José Estev?o está alli bem, ao pé dos que tanto amou, que ainda vivem, e ao lado de seu pae, que partilha, como elle, do profundo somno da morte.
A pomba que vem esvoa?ar por entre os cyprestes, que d?o sombra á sepultura, é a filha do admiravel improvisador, aquella Joanninha, anjo que no ber?o se assustou com as tristezas da terra, e bateu azas fugindo para o seio de Deus!
Publicando estes versos, tributo humilde, mas sincero e de muita saudade, á memoria do notavel genio, aproveito a occasi?o para agradecer ao primeiro poeta que hoje temos haver espontaneamente publicado, na sua sentidissima carta em resposta ao meu amigo Freitas d'Oliveira, os alexandrinos que apparecem n'esta breve composi??o, assim como as palavras de benevolencia que me dirigiu.
Lisboa, 16 de fevereiro de 1866.
Bulh?o Pato
A JOSé ESTEV?O
*A JOSé ESTEV?O*
Eu fui..........
Manzoni, _Il cinque Maggio_
I
Eil-o junto de nós dormindo o somno eterno.?Na terra emfim descan?a ao pé do ch?o paterno.?Ao pae que tanto amor em vida lhe votou?Tambem na sepultura agora se abra?ou.?Quando ao romper do sol alegre o céo rebrilha,?Como anjo tutelar desce do Empyreo a filha;?Bate as azas gentis por entre o cyprestal,?E solta hymno inspirado ao somno paternal.?Quem constante lidou, desde a mais tenra edade,?Em prol do amor da patria, em bem da humanidade,?Quando é chegada a hora e deixa a terra emfim,?á entrada do outro mundo encontra um seraphim.
II
E quem pois o amor da patria?Com vehemencia egual sentiu,?Qual o peito onde surgiu?Mais ardente hoje esse amor??Quem, como elle, n'um só gesto,?Quando a turba se atropela,?Quebra as ondas da procella?Resistindo ao seu furor?
E se a m?o da prepotencia?Procurava erguer-se altiva,?Quem mais prompta e quem mais viva?Tinha sempre a inspira??o??Era ouvil-o ouvir a patria,?Quando exclama na anciedade:??Liberdade, oh! liberdade!??Com a voz do cora??o.
Ah! no exilio, quantas vezes,?Afogada entre gemidos,?Mormurára a seus ouvidos?A voz do paiz natal!?E ouvindo-a sua alma, em impetos?Do mais sincero heroismo,?Sonhava em transp?r o abysmo?E libertar Portugal!
Ent?o a graciosa aldêa,?O val coberto de olmeiros,?Os ingenuos companheiros?De seus jogos infantis,?Tudo aos olhos lhe sorria,?Matisado de mil c?res,?Montes, valles, prados, flores,?Céo e luz do seu paiz!
Rompe um dia aurora esplendida,?O tambor toca a rebate,?No mais fero do combate?Entra, luta, conquistou!?Conquista dos proprios lares!...?Mas do campo afasta a vista,?Por que emfim n'essa conquista?Sangue de irm?os se espalhou!
Era assim: tinha lutando?No olhar o fogo supremo,?Na voz o poder extremo?Que arrebata a multid?o;?Desafiando o inimigo,?Entre as nuvens da metralha,?Era um tigre na batalha,?Na victoria--era um irm?o!
III
Termina a luta fervida,?Cae na bainha a espada,?Retorna aos lares placidos?Da terra sua amada,?D'esta que ber?o e tumulo?Do grande genio foi!?Se nos assaltos bellicos?Distincto era o soldado,?Ac??es inda mais validas?Lhe destinara o fado:?Desprende a voz, e a patria?Sauda um novo heroe!
Quando se abatem animos,?Medindo a luta immensa,?Quando n'alguns espiritos?Já desfallece a cren?a,?Surge imponente e mostra-lhes?Raiar nova manh?!?é porque o genio esplendido,?Que a liberdade inspira,?é como a voz prophetica,?Que outr'ora dirigira?Do Egypto um povo misero?á fertil Canaan!
Quando com olhos avidos,?Em torno a nós medimos?A industria, o bem, a gloria,?Em tudo, emfim, sentimos?Que dera impulso maximo?Seu sopro animador!?N?o raro correm lagrimas?De uma saudade infinda!...?Quanto n?o fez!... quantissimo?Tivera feito ainda,?Se o n?o roubasse subito?A morte ao nosso amor!
IV
Dorme junto de nós, dorme teu somno eterno?Na terra a que votaste o santo amor fraterno.?Ao declinar da tarde, ao rebrilhar do sol,?Na hora em que descante occulto rouxinol,?Virá tambem do empyreo, alegre philomela,?A tua ingenua filha, a pomba alva e singela,?Esvoa?ar gentil por entre o cyprestal,?Soltando hymno inspirado ao somno paternal;?Por que, emfim, quem lidou desde a mais tenra edade,?Em prol do amor da patria, em bem da humanidade,?Quando é chegada a hora, e deixa a terra emfim,?á entrada do outro mundo encontra um seraphim.
Fevereiro, 5--1866
Bulh?o Pato.
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